Poseidon, vamos lá...
Pra quem não sabe, o glúten é uma proteína presente no trigo, cevada e centeio, que tb existe na aveia nacional apenas por conta de contaminação cruzada. Quando batemos uma massa de pão, o glúten da farinha é hidratado e começa a se aglutinar em forma de uma rede, ganhando elasticidade e extensibilidade suficientes para criar os variados formatos que conhecemos nos pães. O glúten tb retém água suficiente para ajudar na maciez do interior dos pães, aquele miolo macio e branquinho que muita gente tira do pão por achar que vai fazer alguma diferença na prática, eheheheh....
A grande estabilidade do glúten acaba gerando alguns problemas para pessoas que comem muito pão. Resíduos de glúten oriundos da alimentação tendem a se fixar nas paredes internas do intestino, gerando uma pegajosidade que faz com que fragmentos de alimentos destinados à evacuação fiquem grudados, algo que com os anos pode gerar pólipos ou até mesmo tumores embora isso seja mais dito do que cientificamente provado. Se a pessoa come pães em uma dieta normal, sem excessos, tende a não ter problemas com isso. Infelizmente a cada ano que passa aparecem mais e mais pessoas intolerantes ao glúten, chamados celíacos. A doença celíaca consiste (na maioria dos casos) na deficiência de uma enzima chamada transglutaminase intestinal, que finaliza o consumo do glúten em um substrato para a formação do bolo fecal. Quando o corpo não produz esta enzima, ocorre a inflamação do intestino pela presença do glúten não digerido, gerando um desconforto aos celíacos. A saída para o celíaco consiste em injeções da enzima e restrição de glúten em sua dieta. Já li um estudo americano que associa diretamente o aumento dos casos de doença celíaca ao consumo de hortifrutis contaminados com glifosato, também chamado nos EUA de Roundup:
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]O uso excessivo de glifosato foi ocasionado pela criação dos transgênicos, algo que era pra ser a salvação da alimentação mas que virou uma dor de cabeça para as próximas gerações, por conta da imbecilidade dos fazendeiros que o utilizam. Mas isso é assunto pra outro tópico, acho até que já escrevi a respeito aqui no ALIDB...
Vamos aos fatos:
O Glúten é uma proteína, possui 4 kcal por grama, o mesmo que um carboidrato comum. Em 100g de farinha de trigo nacional, temos cerca de 10% de glúten, de qualidade apenas razoável. Isso significa que em um pãozinho de 50 gramas a gente acha algo em torno de 5g de glúten, no máximo... isso dá 20 Kcal... Na boa, esse negócio de evitar glúten para emagrecer é a maior conversa pra boi dormir que existe, típico de gente da área que vende boato sem estudar de fato. A pessoa que restringe o glúten tende a emagrecer porque acaba fazendo dieta, só que a falta de conhecimento faz ela pensar que o glúten engorda.... aí eu vejo a mulherada tirando o miolo do pão, achando que vai emagrecer se comer apenas casca.... a gente pesa o miolo, que dá umas 15 gramas, o que dá menos de 2g de glúten, cerca de 8 Kcal... e a pessoa acha que deixando de comer 8 Kcal vai emagrecer.... ela desiste de 8 Kcal no miolo e compensa com aquele cafezinho que gera quase 100 Kcal e que acompanha o pãozinho... sem miolo.
Alimentos sem glúten são os que não possuem farinha de trigo, aveia, cevada e centeio em sua composição. Não pode ter nenhuma quantidade destes insumos, pq basta uma mixaria de glúten pra dar aporrinhação aos celíacos.
Atualmente os alimentos sem glúten estão mais para funcionais do que para saborosos, a pessoa come um alimento de gosto passável pra não ficar mal depois em casa. Já tem um tempinho que eu pesquiso e estudo formas de fazer produtos sem glúten mais gostosos, do tipo que o cara come mesmo se não for celíaco. Espero ter novidades em breve, e em primeira mão aqui no ALIDB. A Tandra já se voluntariou como cobaia dos experimentos, eheheheheh....