Borg escreveu:Mazikammo, vamos lá...
Maçons não levam as coisas ao pé da letra, porque entre a instrução e o aprendiz, existe um mestre, um padrinho, um irmão... que o ajuda na correta elucidação da instrução, respeitando o modo de pensar de cada um. No exemplo que vc coloca de 3 viagens, o aprendiz vai saber em loja o que aquelas 3 viagens significam, ele não vai em momento algum escolher o tipo de viagem que ele acha ser melhor, ele vai seguir a viagem que lhe foi determinada e irá obedecer sem questionar porque ele é um aprendiz, ainda não é capaz de pensar sozinho sobre os mistérios da ordem. Se ele entrar numa de agir da maneira que deseja, certamente em algum momento ele irá se desviar do caminho e talvez nunca mais volte.
Com relação às suas 3 perguntas...
Maldição é coisa do mundo que vivemos, os Maçons não acreditam em maldição porque eles agem embasados em virtudes que são desenvolvidas nas sessões. Quem vive para praticar a caridade não lida com maldição em seu dia-a-dia. Jacques DeMolay era um sacerdote templário em uma época onde todos acreditavam em deuses e demònios, em inferno e purgatório, por isso amaldiçoar pessoas naquela época era como ofender de maneira comum.
Palavras tem força, mas a fé por trás delas é que promove transformações. Palavras e números são a base da comunicação e da evolução da humanidade.
Na Maçonaria tudo segue uma ritualística, porque sua natureza é tradicionalista, nós preservamos o modo como as coisas eram feitas. Quando vc está perante reis e governantes, vc segue uma ritualística que atualmente chamam de protocolo, pq o termo ritual é visto de maneira negativa na parcela menos culta da população... é como o termo medíocre, que significa mediano mas que todo mundo entende como algo muito ruim....
Pra finalizar as suas dúvidas do seu post:
"Por que falar de um tema que não se pode explorá-lo completamente, e que em determinado momento pode chegar na estagnação? Qual é o objetivo disso, qual foi a orientação? Qual é a meta a ser atingida, ao se cutucar a curiosidade do povo? Qual é a meta disso? Nisso que me referia."
Isso você precisa perguntar aos que desejam saber... Porque a Maçonaria existe para os Maçons, e qualquer um pode se tornar um Maçom, basta ele ter dentro de si a vontade de evoluir como indivíduo. A Maçonaria não instiga ninguém, ela é que sofre esta instigação de pessoas que não aceitam a existência de um grupo de indivíduos que acreditam em valores que as demais pessoas fizeram questão de deixar cair no ostracismo. Se um Maçom nada fala, ele vira objeto de revolta... se ele resolve falar algo, ele é confundido com um piadista que está tirando sarro com a cara dos outros... estas pessoas que não conseguem entender um pensamento alheio com motivações diferentes das suas... são as pessoas que adoram criticar a Maçonaria, seus costumes e tradições.
Quando uma pessoa descobre que existe um grupo de estudos ou de atividades fechado ao público e permitido a apenas alguns, caso ele fique curioso para saber o que existe lá dentro, ele pode seguir 3 caminhos:
1- Ele pode perguntar com todas as pessoas de lá para tentar obter algo que lhe dê alguma luz em sua dúvida;
2- Ele pode procurar saber como ele pode entrar, e caso lhe digam que para isso é necessário promover algumas mudanças em seu comportamento, ele irá tentar fazer isso da maneira indicada;
3- Ele pode juntar pessoas e fomentar discórdia e caos suficiente para que alguém venha lhe dar o que tanto busca.
Apenas 3% das pessoas escolhem a opção 2. Sendo assim é de se esperar que as pessoas tenham uma opinião negativa a respeito do tradicionalismo da Maçonaria, pois 97% da população não aceita a hipótese de promover mudanças interiores para poder pleitear seu ingresso na instituição.
Sobre o exemplo das três viagens, não necessariamente eu quis dizer que o aprendiz iria decidir, meu exemplo foi para questionar, se pode ou não haver erro, até mesmo do mestre. Então, repetindo, digamos que num texto de trocentos anos atrás, esteja escrito que o maçom deverá fazer 3 viagens. Lendo aquele texto, o mestre ou a autoridade máxima que doutrina, diz que o iniciado deve ir para o Cairo, Jerusalém e Paris.
Só que aí poderia haver um erro, porque não seria para onde vai, mas sim como vai. Trocentos anos atrás eles iriam de a pé ou a cavalo, e o principal, penando em algum deserto e talvez muita coisa seria acrescentada no desenvolvimento do homem durante o percurso. Hoje seria mais válido o chefe mandar o cidadão ir a pé ou a cavalo do Rio a São Paulo, do que visitar as cidades históricas como se algo realmente agregasse. Para mim seria um erro essa má interpretação. Isso não existe lá certo?
Sobre as 3 perguntas:
A maldição: Independente da época que foi, será mesmo que era uma simples ofensa? Para mim aquelas palavras estavam carregadas de força, fé e quem as ouviu também levou a sério, por isso deu certo. A maldição surtiu efeito, não tem como negar imensa coincidência. Neste caso se concluiria que existe maldição e que seria possível acreditar nela. Mas entendo que os maçons não "trabalham" com ela.
As palavras: Eu penso que essa questão das palavras é muito mais importante do que isso, porém respeito a visão simples que a maçonaria dá, colocando tudo na conta da fé. Eu, por outro lado, vejo como um dos pilares para a evolução do homem, se fosse apenas questão de fé, eu poderia pegar uma palavra qualquer, ter fé e entoar, mas não penso assim. Ainda estou na busca pelas palavras secretas e falando diariamente algumas determinadas.
Os rituais: é verdade, concordo com você que a palavra ritual tem um peso negativo. Mas eu não ligo para isso, o que me deixa intrigado mesmo, é se estes rituais surtem algum efeito no homem. Eles surtem alguma coisa no emocional, na evolução ou é só protocolar mesmo. Todos os rituais são protocolares? Não tem nenhum ritual em que o resultado seja realmente objetivo. Por exemplo, sei que você já falou, que não tem ritual de sangue, mas se houvesse, com certeza este seria um ritual com resultados objetivos. Com eu também falei, em várias religiões eles mencionam isso sem medo de ser feliz. Então, estes rituais são só protocolares ou em alguns deles existe realmente uma razão objetiva de ser. Eu penso que os protocolares, até podem ajudar no desenvolvimento, porém a densidade e frequência que o irmão deve se encontrar para sentir, é algo absurdo.
E sobre a finalização do seu post, de uma maneira indireta e direta, hehe, você quis fazer o chapéu servir para mim. Isso porque praticamente pegou o que eu comentei para a Tandra sobre a zoação nestes tópicos de maçonaria e finalizou dizendo que pessoas assim não conseguem entender o pensamento alheio, ou como pessoa que adora criticar a maçonaria, etc.
Mas é como eu falei para o Poseidon, o tópico foi criado por você, um maçom, ninguém estava revoltado com o maçom como você diz, até porque já é difícil identificar os maçons quem dirá se revoltar contra eles. E eu nem sabia que você era maçom. Está história de revolta vem do seu próprio julgamento que você tem das outras pessoas, pensando que elas pensam assim.
Na minha cabeça os maçons vivem muito tranquilos na sociedade, estão longe de ser evidência, exatamente pelo lado secreto que envolve. Diferente de quem realmente paga o pato e é massacrado, como os evangélicos e religiosos comuns por aí, estes sim são perseguidos. Se um padre transa, caem matando, isso porque todo mundo sabe que o cara é padre e que este deveria seguir isso ou aquilo. Agora maçom ninguém conhece, muito menos é evidência, ninguém fala, "olha lá o grão-mestre, foi preso por sonegação fiscal, que vergonha, blá-blá-blá". A maçonaria não dá abertura para este tipo de julgamento, muito menos revolta.
Voltando ao que eu falei para o Poseidon, o tópico foi criado por um maçom, e é natural na conversa, que questionamentos surjam, como surgiram os meus, e eles são de raciocínio simples como já escrevi:
Por que o próprio maçom cria um tópico, para falar de um assunto que ele não pode falar abertamente? Convenhamos, o que é secreto tenderá e permanecerá secreto e o que não é secreto, está aí para quem quiser saber nos livros de história, filosofia e religião, poderia ser abordado de outra forma, sem meter a maçonaria no meio. Mas houve a opção, por isso a minha dúvida sobre o qual seria o objetivo.
Como estes questionamentos muitas vezes podem bater de frente com temas delicados. E como a escrita é complicada às vezes lemos determinada coisa, e pensamos que o outro está com uma tocha na mão e um tridente na outra. Não foi o meu caso Borg. Meus questionamentos são desprovidos de revolta, e de qualquer sentimento.
Por fim, valeu mesmo Borg, obrigado por responder e por exercer sua paciência, se não houver alguém do contra nunca saberemos em que pé estamos nesse caminho da evolução não é mesmo? hehe Muito interessante suas respostas por favor continue e desculpe qualquer coisa.